Quando a gente olha no olho e, bem lá no fundo, vê a esperança, que dança em volta da fogueira, onde queima o fogo sagrado do caminho
E se vê dançando junto, em meio às lagrimas que
escorrem barro de um tempo seco de poeira grossa
É ali, naquela hora, que a gente entende que o tempo é
nada e tudo é tempo, que a coisa é nada e vale o tempo, e o tempo... o tempo
escorre entre os dedos, entre os cabelos ralos, entre a barba espessa, entre os
filhos crescidos que vão ao cinema e você em casa.
O tempo voa, mas a gente voa também
É só abrir as asas
Sobrevoar as casas
E se livrar das coisas
E se apegar nos sonhos
Desapegar dos outros
E ir além.
Rafael Freitas