terça-feira, 26 de novembro de 2024

Ir além

Quando a gente olha no olho e, bem lá no fundo, vê a esperança, que dança em volta da fogueira, onde queima o fogo sagrado do caminho

E se vê dançando junto, em meio às lagrimas que escorrem barro de um tempo seco de poeira grossa

É ali, naquela hora, que a gente entende que o tempo é nada e tudo é tempo, que a coisa é nada e vale o tempo, e o tempo... o tempo escorre entre os dedos, entre os cabelos ralos, entre a barba espessa, entre os filhos crescidos que vão ao cinema e você em casa.

O tempo voa, mas a gente voa também

É só abrir as asas

Sobrevoar as casas

E se livrar das coisas

E se apegar nos sonhos

Desapegar dos outros

E ir além.

 

Rafael Freitas