Domingo.
O dia mais desprezível da semana.
Não por ser o primeiro dia
Nem por ser véspera de segunda-feira.
O silêncio nas (das) ruas também é bom.
Feira livre, passeio com a família.
Mas e aqueles programinhas de TV!
Uns filhos da puta
Exploram a desgraça humana
E lucram muito com isso.
Meu vizinho liga seu televisor no volume máximo.
Destrói meu começo de semana.
Crianças gritando músicas desesperadamente
E o auditório aplaudindo.
Homens e mulheres se humilhando em provas ridículas
Por conta de uns trocados
E o auditório aplaudindo.
Filhos querendo provar quem tem o melhor pai
E o galinheiro aplaudindo.
Só estão a salvo
A Inezita e o Rolando.
Gostaria que todos esses aproveitadores
Empresários do fracasso
Fossem apresentar programas no inferno.
Certamente o capeta
Que adora a desgraça
Desligaria a televisão.
Não posso mata-los
Tenho mulher e filhos.
Dou um tiro na tela
E alivio minha sede se sangue
E de tardes de domingo silenciosas.
Rafael Freitas
Muito bom cara, o tema é ótimo, concordo em gênero, número e degrau. O estilo da escrita eu conheço bem... rsrsrsrs....
ResponderExcluirAcho essa forma de escrever menos cansativa, é prosa? Sei lá! Uns dizem que é prosa, outros que é verso. Grandes merdas rotuladores.
Qndo comecei a escrever desta forma, foi pensando em atingir os milhões de não leitores do nosso Brasil baronil. Sempre achei que com esse jeito de escrever, quebrando as linhas, em vez de pontos e vírgulas, que desse jeito o texto fica menor, não assusta a pessoa que não é acostumada a ler, as linhas são pequenas e ela vai lendo, qndo vê chegou ao fim do texto. Enfim é isso aí. Cada vez q leio um comentário de um “não leitor” que diz não ler mais q meus textos são fáceis, acho q estou no caminho certo.
Fodam-se os eruditos.
Parabéns, eu adorei seu escrito em todos os sentidos.
Tenho dois textos que falam dessa podridão televisiva especificamente. São “ELE É O CARA e TELEVINÃO, os dois podem ser encontrados no meu blog.
Vamos q vamos aos pouquinhos conquistando novos leittores.
Olá,
ResponderExcluirPassaram o link por msn, gostei do que li, lembrei muito do Pablo Treuffar, estilo semelhante. Retratar o nosso cotidiano não é todo mundo que tem coragem, por isso continue assim, que esses infelizes que lucram com a desgraça alheia só merecem pau, fogo e pedra.
Aquele abraço!
Valeu Pablo e Sérgio, visitem sempre, são bem vindos.
ResponderExcluirAbraço.