Metade ficou e a outra partiu.
Metade de mim foi ao banheiro
Enquanto a outra metade comia torradas com chá.
Noite fria é assim mesmo.
Uma foi à geladeira
A outra ao supermercado.
Uma à farmácia
A outra ao bar.
Tenho a impressão que metade de mim
Nunca mais encontrará a outra metade.
Nunca mais serei eu mesmo
Ao menos por inteiro.
Serei metade.
O mais estranho não é ser metade,
É não procurar a outra metade
Que nem sei se ainda me é.
E se me for, como eu não me sei?
Rafael Freitas
Fala Rafa!
ResponderExcluirNão sabia que era poeta também. Parabéns e continue o bom trabalho, não deixe essa arte morrer!
Tudo é uma questão de ótica. Se olharmos a metade como sendo a meia parte do inteiro, aí nos sentimos mutilados, pois nos enxergamos como metade, o que, aliás, não é o caso. Metade sempre nos divide, nos torna incompletos, dependentes da outra metade.
ResponderExcluirSomos inteiros e únicos e por opção preferimos nos ver como metades em busca de metades. Somos sozinhos e talvez isso nos assuste.
Cara! Nem sei porque escrevi isso...deu “tuim” na mente.
Abraços
Amigo Inconveniente