Talvez a beleza me remeta a uma tristeza leve.
Uma
tristeza boa em ser sentida. O umedecer do olhar.
Uma
quase alegria no entristecer.
Sinto-me
assim quando alguma coisa ou alguém se desprende de sua casca e mostra ao mundo
o quanto se pode ser belo.
Não me
refiro à beleza requintada dos renascentistas, nem à beleza rebuscada dos
pichadores.
Não me
refiro à beleza (que certamente existe) dos carros de luxo, das mansões
impossíveis (em minha vida), dos chalés suntuosos na paisagem exuberante das
serras.
É difícil
até mesmo definir o que tento dizer agora.
Essa
tristeza alegre e doce talvez possa se chamar amor.
A
beleza está nos olhos e não nas coisas. Amamos mais o desejo que o objeto.
Aguardo
sua presença. Aguardo seu olhar. Sinto-me feliz em poder esperar.
Sinto-me
triste por esperar.
Por não
saber lidar com o belo, talvez me aborreça sempre.
Por não
saber lidar com a simplicidade, arrume tanta confusão.
Estou
triste e feliz. Não sei há quantas horas, não sei por quanto tempo.
Que
venha o carnaval!
Rafael Freitas
Eu amo você!
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