quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Único

        As cores ainda ofuscavam a visão quando pisou o primeiro degrau da porta de saída. Esfregou os olhos como se pudesse limpá-los da claridade excessiva. Era como se um mundo novo nascesse.
À sua frente um carro esperava com os faróis e motor ligados.
Ela estava ao volante, com um sorriso claro como a manhã que despontava no horizonte.
Ele também sorriu sem esperar nada em troca.
Os últimos bêbados da noite já haviam partido.
Ele não bebeu nem cheirou, não fez nada. Queria a sobriedade para aquele momento.
A vida pode ser tão simples que até assusta às vezes.
O amor assusta quem nunca amou.
O momento era único.
Decidiu partir.
Deixou o riso derreter em sua face.
Ela continuava ao volante.
Ele foi embora sozinho.
       
                                                                         Rafael Freitas

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