Mochilinha nas costas, uniforme sem manga e a perna
rabiscada de caneta.
Pára na
porta, me dá um abraço apertado e segue sozinho seu caminho pelo corredor da
escola.
Eu fico ali
parado, coração aos pulos, cheio de orgulho e de vontade de assistir sua
entrada na sala.
Você já vai
sozinho onde quer. Está cada vez mais independente, cheio de vida e
curiosidade.
Frases bem
elaboradas, impressionantes pensamentos, brinquedos meio exóticos. O punk de
cabelo verde é um limpador de vaso sanitário e a saboneteira de plástico um
barco, uma nave.
Como você
me faz feliz!
Eu ando
meio cansado. Dor nas costas e nas pernas, cabeça cheia de indecisões, coração
aflito nem sei por que.
Fico
preocupado em pensar que posso estar ausente de sua vida. Fico angustiado com a
mínima possibilidade de não ganhar um sorriso seu.
Sinto
saudades sempre. Toda hora. Cada segundo.
A liberdade
de pensar e agir é sua. Você nasceu assim, livre. Tem o espírito dos
aventureiros e alma de poeta.
Descobri
como o tempo passa ao enfeitar sua silhueta de papel. Você cresceu. Está
crescendo.
O futuro, às
vezes, me dá medo. Não quero ver você indo embora, sozinho, mochila nas costas.
Não quero
assistir sua vida sem fazer parte da trama.
Não quero
mais chorar por hoje.
A vida nos
prega peças. O mundo nos ensina a valorizar quem amamos a duras penas.
Não consigo
definir o que sinto quando ouço sua voz, quando sinto seu cheiro, quando me
chama de papai. É indefinível, indescritível, indecifrável. Ainda não
inventaram títulos para todo esse sentimento que explode em meu coração, minha
alma.
Espero
estar sempre pronto. Se não estiver, improviso.
O mundo não
pára. Despedidas e reencontros sempre haverão.
Você sempre
vai morar em meus pensamentos.
Sigamos de
mãos dadas, meu filho, minha paz.
Hey! Ho! Let’s go!
Rafael Freitas
Nenhum comentário:
Postar um comentário