Não sou prodígio, sou pródigo.
Aquele que perdeu tudo e pôs tudo a perder.
Nesta vida, em outras vidas, toda vida.
Sou o filho que não presta, que não orgulha, que não se
inveja.
Sou o irmão desmiolado que não sabe em qual lado está.
Sou aquele, sou aquilo, sou apelo.
O galanteio das putas tristes.
O relinchar dos bêbados sem nome.
O sucumbir da peste negra.
Sou absorto, meio aborto, feto feio.
Bucho aberto, choro mirrado em meio a nada.
Mas não tenho o belo olfato da coisa de Süskind.
Nem sou o bicho de Bandeira.
Sou sem bandeira, sem pátria, sem páreo.
Perdi as asas rumo ao sol.
Estou perdido, sem leste.
Cá estou, preso em mim mesmo.
Enfim, sós!
Rafael Freitas
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