Dentro de mim vive um cachorro cego
Que morde a esmo
E uiva a lua ao meio dia
Um cão que deseja amor platônico
Desses que não se sabe nem o nome
Nem endereço ou profissão
Pois quando se sabe o nome
Logo se descobre o que não se quer saber
Animalescas incompatibilidades
Dentro de mim vive um animal
Que escreve à pata suja
Poemas infindáveis de amor eterno
E no fundo sabe, sem duvidar
Que poemas de amor são como água:
Sem cor, cheiro ou paladar
Apenas carregam em si a vida
Que nunca se sabe se quem escreve
Realmente vive ou sente.
Rafael Freitas
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