quarta-feira, 30 de julho de 2014

Como não quero

Quantas pessoas viram esta tatuagem?
Este desenho, meio antigo, meio incolor.
Talvez pelo mesmo ângulo que eu, talvez em outros tempos.
Quantas pessoas se perderam neste olhar?
Certamente não como eu. Por minha insistência em não me perder.
A perdição, agora, não me é bem vinda.
Não preciso nem posso nem devo me perder.
Já perdi o caminho as chaves o rumo muitas vezes.
Nesta vida, em outras vidas. Nestas bocas, em outras bocas.
Tatuagens novas virão.
Em sua pele branca, em minha pele incolor.
Tatuagens são pra sempre, alguns desencontros também.
Preciso de mais encontros sem hora marcada, sem esperança.
Não quero horas pra jantares nem bares nem lares.
Quero tudo. Assim como não quero.


                                                         Rafael Freitas