segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Homens de Barro


Mais um crime cometido em nome do dinheiro
Assassinato de gente, de bicho, de rio
A insistência na desgraça refaz o seu projeto
De miséria, destruição, choro e ranger de dentes
Sejam bem vindos ao inferno
De lama, dor e homens de barro
Moldados pelo diabo da ganância humana
Por mais que eu ande pelo Vale das sombras da morte
Não temerei mal algum, pois Tu estás comigo
Que Deus não abandone a Tua própria criação
Mesmo estando arrependido por toda a eternidade
O rio não é mais doce, as lágrimas salgadas.

Rafael Freitas

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

O amor


É difícil aceitar e entender
Que o amor não é nada daquilo que pensamos
Uma vida toda em busca do desconhecido
Que talvez sempre estivesse ali
No lugar de sempre
Na aceitação dos próprios erros
Na aceitação dos erros alheios
Na paz que só se encontra no outro
Quando já existe em si mesmo
O amor certamente não é aquilo que se espera
Não é algo correspondido
Pode estar somente em você
E se espalhar pelo mundo em sorrisos
Em versos, prosas, abraços, apoio, lágrimas
O amor está mais em duas latas de cerveja
Compartilhadas num jantar simples
Sentados na cama, disputando o ventilador
Do que numa rica ceia que estoura o cartão de crédito
O amor está na pele, naquele batom vermelho que lhe sorri
Nas bobagens que se compartilha
No desejo que se manifesta nos lugares mais impróprios
O amor está na presença
Mas, acima de tudo, na saudade.

Rafael Freitas