terça-feira, 16 de dezembro de 2014

O poeta

O poeta é um desalmado
Quase sempre desarmado
Sem chance, sem defesa
Solidão em pó lhe cobre a mesa
Cobre-lhe a alma a lama
Embaça os olhos, apaga a chama
Apaga o sol, fecha o horizonte
Escurece então, intolerante
E sofre só
Somente sofre.




Rafael Freitas


quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Sou um menino

Ainda sou um menino
Sem posses, sem dono
Sem sono ou destino

Mas não sou mais aquele menino
Sem medo, sem credo
Comprido e franzino

Quantos meninos ei de ser
Negando a velhice precoce
Negando o catarro e a tosse
Negando o entardecer.

                                       Rafael Freitas