“Te amo, isso eu posso te
dizer, como eu gosto de você, ah, como eu gosto de você!”
Mais de seis mil dias em
Marte.
Acordei com esse tempo nas
costas nesse trinta de abril.
Não habitei mais este mundo
desde que conheci seu olhar cheio de vontade, de força, de esperança.
Duzentos e noventa anos em
Saturno.
Quase uma eternidade
bíblica, uma vida inteira sua, grande parte da minha, que diante de um universo
não é quase nada.
Um universo de coisas a se
conquistar, coisas que, conquistadas sem amor, não significam nada.
Cento e vinte anos em
Júpiter.
E nessa centena de milhares
de abraços, nesse infinito de entendimento em olhares, nesse tempo de
compreensão mútua, recebi muito mais do que ofereci, doei mais de mim do que imaginei
que pudesse fazer.
Completamos esse ciclo
juntos, um ciclo pequeno frente à capacidade do seu coração, frente à
capacidade do meu coração em amar alguém.
Que nosso futuro seja o caminho repleto das flores que semeamos.
Você sabe das coisas e as
explica melhor do seu jeito do que eu tentando ser acadêmico.
E, quase sempre, explica o mundo.
E, quase sempre, explica o mundo.
Você está pronto.
Sinto pesar em saber que um
dia, talvez em breve, você encontre novos caminhos e nossa rotina se afaste uma
da outra.
Ao mesmo tempo, tenho muito orgulho
por ter certeza de que, esteja onde estiver, você será a luz que iluminará seus passos e o caminho de outras pessoas.
O acaso pode até separar
nossas rotinas, mas meu pensamento, meu coração e minhas orações estarão sempre
contigo.
Estive, estou e estarei aqui, todo o tempo.
O mundo é seu, meu filho,
meu amor, meu Pequeno Ramone!
Rafael Freitas