segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Homens de Barro


Mais um crime cometido em nome do dinheiro
Assassinato de gente, de bicho, de rio
A insistência na desgraça refaz o seu projeto
De miséria, destruição, choro e ranger de dentes
Sejam bem vindos ao inferno
De lama, dor e homens de barro
Moldados pelo diabo da ganância humana
Por mais que eu ande pelo Vale das sombras da morte
Não temerei mal algum, pois Tu estás comigo
Que Deus não abandone a Tua própria criação
Mesmo estando arrependido por toda a eternidade
O rio não é mais doce, as lágrimas salgadas.

Rafael Freitas

4 comentários:

  1. Dá pra ver o tamanho dessa dor, pelas suas letras. Caramba, como somos pequenos, ínfimos e idiotas.

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  2. Pesado demais. Um dos episódios mais tristes da nossa história...

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  3. "...Em 79 d.C os habitantes de Pompéia nem sabiam que o Vesúvio fosse um vulcão. Inativo durante séculos, era visto apenas como montanha. Mas ao entrar em erupção vomitou cinza e pedras sobre a cidade durante seis horas, soterrando-a debaixo de uma camada de 25 metros de detritos.

    A justiça teme agora que o movimento mediático sobre os achados desperte o interesse da máfia e dos tombaroli, ladrões de túmulos e de ânforas, de pratos, de qualquer fragmento arqueológico que possa ser revendido no estrangeiro.

    Escrevo sobre Pompéia para não falar de Brumadinho. Também na nossa tragédia os habitantes e funcionários foram pegos de surpresa e soterrados sem saber do risco que corriam. Ali também hienas humanas estão atacando para saquear o que estiver ao alcance da mão. Mas enquanto a modernidade tecnológica ajuda a desenterrar Pompéia, nada impediu que tragédia similar se repetisse".

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