segunda-feira, 4 de julho de 2011

São Paulo não tem mar

Paulistano não tem mar.
Tem bares cheios de bêbados, drogados e prostitutas,
Calçadas fedendo mijo e esgoto a céu aberto.
Mercados que cheiram podre,
Feiras que exalam peixe.
Museus que abrigam elites,
Semáforos com carros blindados.
Avenidas que recebem paradas
De gays, vadias e maconheiros
E também acoitam bad boys de classe alta
Cães preconceituosos
Que no fundo são aquilo que odeiam.
Ruas de trânsito intenso
Casa de desabrigados, bandidos e policiais.
Tem o marco zero do estado
Cercado de pastores e enganadores profissionais,
Travestis e nordestinas sem sorte
Que vendem um corpo vazio, objeto.
Promessas de emprego na 7 de abril
Pra venda de filtros e planos dentários.
Passarelas cheias de merda,
Litros de pinga num sol de rachar
Boates de gente bonita
Em que o pobre é sempre garçom.
Ônibus e trens lotados
Onde se inala suor e peidos horríveis.
Tem rua de instrumentos musicais,
Mas também tem a rua do crack,
Dos viados, das putas e dos imbecis.
Vista grossa das autoridades
E denúncias vazias de uma cidade em alerta.
Piada de mau gosto
Dar-se bem na capital.
Com tudo isso, se chove

O caos

Tsunami.

São Paulo não tem mar.
Graças a deuS.

                                                                    Rafael Freitas


Um comentário:

  1. Uma pesquisa diz que 9 entre 10 pessoas vivem nas metrópoles. Por falta de investimento em suas regiões, como diria Raimundo Fagner "Quem sai da terra natal, em outro canto não pára". A superlotação trás todos esses problemas que vc levantou. Graças a Deus não tem mar, senão onde colocar mais pessoas, que sonham conseguir seu lugar ao sol. Triste isso, incompetência administrativa. Falta de investimentos regionais.

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