Às vezes me pego lembrando da primeira vez que a vi.
Pequena, branca, de colo, uma mancha entre a testa e o
nariz.
Já sabia a que veio, eu sabia porque vinha.
Como as brisas leves que se vão, vi você partir para
outra vida que não a nossa.
Levou consigo meus pensamentos, meus sonhos, meus pesadelos.
O tempo passou massacrante, sem pena.
E como tudo tem caminho, os nossos se cruzaram,
recruzaram, encontraram-se.
As linhas tortas de Deus.
Já perdi horas do meu valioso sono para ver você
dormindo, boca aberta, ronco leve.
Pude torcer pela vitória, chorar pela derrota, amargar
algum fracasso seu.
Como é bom poder sentir.
É bom poder ver você dormindo na mesa, cabelo azul,
barriga cheia.
Ver vocês crescendo juntos.
A vida é bonita. Vida que vale a pena.
Minha escritora que luta, a lutadora que escreve.
A rebeldia, a revolta e a testa enrugada que me
orgulham.
É lindo saber que somos únicos e isso é revelador.
Amo você, que tem nome de artista e espírito de
guerra.
Abaporu que nada.
Rafael Freitas


Não tem como ler e não chorar. Adoro seus textos e vocês são o máximo.
ResponderExcluirOlá, pai. Tarsila aqui! Kkkkkkk cabelo azul da cor das lágrimas, chorando de alegria.
ResponderExcluirQue lindo! O universo sempre conspira a favor!
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