quinta-feira, 29 de março de 2012

Mais nada

Lua cheia
Pode ser que eu perca
A visão do mundo
Por muros
Altos e concretos
Altos.
Não se vê
Mais nada
Nem o horizonte
Que até então
Era público.
O privado se contenta
Em não ser alheio
Nem meu
Nem seu.
Mas a lua
A lua persiste
Em sua magnitude
Luz e infinidade.
Somente eu
E você
Possuidor de muros
E grades
E alarmes.
E vigias
E guardas
E cães
E amigos bandidos
E coisas a mais
Não mais a veremos
Nem seremos lobisomens
Nem botos
Nem eclipses
Nem breu.
Nada.
Nada.
E mais
Nada.

                                                                             Rafael Freitas

Um comentário:

  1. E então, o que seremos, pois mesmo o nada é algo!
    Simplesmente seremos, mesmo que nada, seremos!
    Gostei...muito bom...é a poesia!

    Renato Duran

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