terça-feira, 6 de julho de 2010

Paixão


Atordoado

Procuro-te ao meu lado

Assustado

Tua ausência eu constato.


A mim, não me resta outra saída

A não ser em meus pensamentos manter-te viva

Resgatar-te em minha mente

E amar-te com deleite.


E assim. Na imaginação

Teu corpo materializo

E como que em um fenômeno metafísico

A ele vou-me unindo.


Ao senti-lo junto ao meu

Um turbilhão invade minh’alma

E com veemência entrego-me a ti

Em uma mistura de excitação e calma.


E no ápice dessa união

Desfazes-te por entre minhas mãos

E ainda entorpecido

Recolho-me à solidão.

                                                                                            Renato Duran


Não consegui achar melhor imagem pro texto do Renato: "O grito" de Edvard Munch.

Um comentário:

  1. É difícil saber a imagem que passa pela cabeça do autor quando este termina um ttexto. A primeira imagem que me veio à mente foi "O Grito" de Edvard Munch. Não sei se foi do agrado do autor, aliás meu amigo Renato. Mas o texto me soa desesperador, pessoa em pânico enquanto o outro ser se esvai. Esse esvair-se me remeteu ao fundo da imagem... parece o mundo esvair-se e o ser somente grita...no silêncio magistral da imagem, mas grita...apela.
    Ótima poesia. Eis que surge mais um poeta, que vive como um poeta e pensa como um poeta.
    Já virei fã e recomendo a todos que livrem-se das amrras do antigo. Essa é a nossa nova literatura.
    Renato Duran é o cara!

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